domingo, 10 de agosto de 2008

Dançarina




Até que enfim verso concreto.

*Só clicar na imagem para versão ampliada.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sangue frio

Eu volto pra esse canto,
de detestáveis, putas e desiludidos.
Agora é pra saborear algo bem longe de graça.

Peço umas garrafas de qualquer coisa,
uma jukebox já emplaca um hit Paraense.
Meus dedos longos e minha cara ossuda,
encarando os copos e desafiando a realidade.

A mesa de compensado não suporta meu peso,
o peso que trago comigo...
As pessoas deslizam nos pisos gordurosos
e eu vejo tudo em câmera lenta.

Sem glamour de jukebox,
sem beijo, sem tapa na cara
sem falar que odeia.
E o abraço que resiste na memória.

Nem sei o que me trouxe de volta,
É um filme que já vi...
um filme que eu não gosto.

Não deu tempo.
Que assim seja.
Eu peço a conta.

E vou andar sem destino certo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A luz azul do seu abajour ainda mora nas minhas memórias...

O bom desse blog que posso encher de bobagens e ainda não ser tão errado. Posso mentir ou dizer verdades que nunca contaria a ninguém. Deixar um silêncio lá dentro ou explodir e deixar todas as vísceras a mostra.

E sim, ainda mora tão viva na minha mente a imagem das luas e estrelas girando no teto daquele quarto. Sua cabeça encostada no meu peito, seu descanso tranquilo. Sentia seu peito abocanhar um pouco de ar e soltar um fio de aroma quente.

Nem parecia que o dia tinha sido tão turbulento, que paz. Que paz!

Seu calor me deixava vivo e me sentia o maior dos homens, a Lua não parava de girar. A Lua contemplou esse Rei de uma noite. Ela ali, girando com suas pequeninas estrelas.

No quarto que guarda lembranças, muitas lembraças. Um quarto que pelas suas paredes e espaços esconde um mundo gigantesco, senhores eu disse "Gigantesco", e veja que só vi ali um Amor, Luas e estrelas. Nesse quarto se esconde uma vida, uma menina. Se esconde lá a minha mulher, que não sei quem roubou dos meus sonhos e pôs na minha vida. Tão carne, tão linda, tão fiel as minhas vislumbrações. Queria saber quem escutou meus pensamentos e te fez.

Queria sentar numa mesa de Bar e conversar com o tal Destino que me deu e num salto te recolheu. Eu pago o vinho e dessa vez será o melhor da casa.

Ah! Destino, ainda faz visitas naquele quarto que eu bem sei, ainda vê as memórias que estão cunhadas nas paredes, os sorrisos e as anotações penduras e transbordando nas gavetas. Sei que ali se derrete e nem aquela cama de outras mil histórias te consola. Eu sei, afinal eu sinto.

Sei que até as lajotas daquele piso ficou carne, nossa carne, nossa mancha. Ficou, ficou. Até o piso era consolo, gelava nossos pés e dizia:

- Agora está tudo bem, vem mais perto, mê dá um abraço, agora está tudo bem.

As coisas tem um significado mostruoso, que nós damos. Eu, você e quem mais quiser. Colocamos carinho em luzes que giram num teto de quarto, em lençóis que gostam de sacanagem e travesseiros que tranquilizam só pela certeza que dão, que aqui estamos em segurança. Humano, típico de humano.

Foi assim que me senti, humano. Nesse quarto, onde pus um pouco de coração, um pouco de sangue. E me senti vitorioso, lá venci uma batalha com um dos meus dêmonios...

Não tenho mais a Lua, a luz azul que gira-gira.... Nem ela no meu peito, não vejo mais seu descanso.

E os dêmonios estão aqui, loucos, doidos... Que podem levar tanta coisa, menos essa pequena imagem que divido com os senhores...

A luz azul do seu abajour ainda mora nas minhas memórias ...