quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008

Eu já tô chapado e já escrevi em algum lugar algo sobre mar de anfetamina. Nem sei.Já dá pra saber o que se passa por aqui. São os discos que escolhi. Nessa noite que eu disse qual o ritmo da música. Mas nem sei.

Juro.

Quem diz mesmo o toque dessa valsa, não sei.
E é Dele esse manejo.
Os dias não são meus.

[isso é certo.]

Os dias não são meus!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O eterno retorno

Eu volto aos traços,
aos riscos, ligeiros
e outros precisos.

Quem vê pensa que é aleatório.
Rabisco.
Eu lanço um riso,
como quem diz "não seja medíocre".

E cada dia mais eu penso,
que não é retorno,
é o meu lugar mesmo.

Isso soa rude.
Ditatorial.
E isso fode,
fode as minhas idéias.

Que seja em todos os lugares.
Que eu seja todos os lugares.
Porém eu sinto,
que é com esses traços
que eu sou pleno

sábado, 6 de dezembro de 2008

"A velha rasgada e a nova esquecida"

Ainda dói a cabeça.
O pensamento vai lento.
Coisa de quem queimou neurônios.

Tanto gosto na boca,
não bastou um sono grande.
Ainda pecado nas unhas.

Boca de morena,
suor de noite inteira
e agora corpo devastado.

Eu não ouço
e nem quero.
Ela diz algo no ouvido.

Todos dizem algo.
A morena na noite,
até Deus tem seus modos.

Uma valsa estranha,
de corpos pulando,
rangido.

Ranger.
De dente.
De desespero.

Ainda na boca o gosto de tantos pecados.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Diseño!


Sexta-feira, o tempo querendo nos engolir...

Só uma foto de um desenho recente!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Feriado!


Bom, clima de feriadão ainda no ar, conforme coloquei na cachola, tá ai o desenho da semana... esse é um fragmento de um desenho maior que ainda tá sendo finalizado...

Fim de semana chegando, mas já deu agilizar muitas coisas ...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Se fez o instante,
e sem demora eu dei um tiro.

Vaguei pela cidade,
como um guia turístico,
mas quem guiava eram os cantos.

Os velhos cantos que passei,
eles que se mostravam na minha mente.

Eles gritavam e diziam todos os pecados,
que com pressa eu escondi neles

Apontavam os instantes,
esmurravam as memórias...

Os gostos, os aromas.
os risos e os cantos tristes se mostraram...

Ao menos sobrou um riso,
ao algo parecido.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As visões distorcidas

Vou tentar colocar um desenho por semana aqui, assim mais coisas são estímuladas na cachola!

As aulas de fotografia me inspiram!

Parece que estou embriagado

"E ficar embriagado é uma sensação boa nessa idade, dá pra sentir os músculos relaxados e parece que podemos sentir a brisa que o Tempo deixa ao passar!"

E assim me deu vontade de escrever, não que eu esteja embriagado, mas deu vontade. Sinto sim, aquela coisa meio ressaca nervosa. A cabeça prestes a estourar, os músculos respondem como se tivesse acabado de correr a São Silvestre e os ossos dizem que não suportam mais. É, gripe das brabas, como sempre ocorre no fim do ano. O nariz não dá trégua e meu chefe me olha dizendo que se continuar usando tanto papel ele irá descontar do meu salário os rolos que somem do banheiro.

E se fez assim a semana, meu computador pifou, já peguei todo tipo de chuva, já deixei no varal dinheiro e papéis da minha mochila... O chip do celular não dá sinais de vida... Meu cliente não paga tudo que deve pelo serviço... É a coisa anda estranha...

Acho que vou reservar uma garrafa de um bom vinho e ficar chapado hoje, pra comemorar mesmo, muito minha cara essas coisas. Não ligo pra esses dias de tempestades, ainda guardo um riso pra me encontrar e ai sim, ficar embriagado.

Muitas fichas em minha mesa, muitos e-mails pra se responder, trabalhos da faculdade pra se fazer, uma vida pra se ajeitar, ou quem sabe e nem todo errado dizer, algumas meias vidas pra se ajeitarem...

Preciso de umas férias, na verdade só de coisas que me fazem bem, e assim eu lembro do Renato, o Russo, com aquela coisa "ia pra festa de Rock pra se libertar". Não, não gosto do Renato, mas acho mesmo que preciso me libertar, e sei dos meus métodos pra isso.

Fim de semana vem dando as caras, é quinta-feira e por excelência às quintas já são da esbórnia.

Bom, eu tô debilitado pra sair numa quinta-feira sem nome, sem cuidado... E já toca o telefone lembrando que tenho que trabalhar!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Após meses consegui ter paz. Daquelas que se pode sentar e ler um livro sem pressa, manter atenção nas páginas e ficar por um bom tempo na cadeira, confortável.

Mais linhas, mais páginas. Vou leve tocando as folhas e virando cada uma delas com cuidado, examinado todas elas eu percebo um silêncio que já não dói, que já não mais me incomoda e deixo assim a minha atenção pra essas palavras.

Nada mais, nem ninguém.

Eu fico contente, afinal é paz. É como comer quando se tem muita fome. E tranquilo, não tenho as aventuras que os momentos adversos podem proporcionar, mas é paz e é como comer quando se tem muita fome.
Paz, como eu queria.

Os sonhos continuam fortes, as vezes eu me renovo no lençol de tanto suar, mas os dias são tranquilos e o relógio não me assusta!

Eu fecho o livro, sinto uma certa alegria de criança, que recebe um troféu de qualquer coisa.

As vezes nós demoramos demais pra entermos as coisas e tempo não nos espera. Ao menos restou algo pra contar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Acordei às 3 da manhã, daqueles sonhos estranhos.

Sonhos, tive um monte deles a pouco.
Eu acordei deles na verdade.

E tem sonhos que me incomodam,
eu sonho com lugares que nunca fui
e com frequência eu estou neles.

Em variadas situações,
com pessoas diferentes,
fazendo coisas diferentes.

Eu sonho com lugares que nunca estive.

Acordei de um desses sonhos.
Um lugar que sonho desde que era mais moço.

Isso me incomoda.
E deixa uma sensação estranha ao voltar ao sono.

Eu posso fazer uma lista de lugares,
que nunca estive,
mas sempre apareço nos meus sonhos.

"Com frequência eu apareço em lugares que nunca estive"

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Segunda-feira

Parece que nem teve sono, nem teve descanso.
O relógio toca e se põe a fazer mesma coisa.
O banho, o café da manhã, o escovar dentes e o sair acelerado.

Pior de tudo, que ele sabe, ele sente esse gosto de repetição.
Tudo igual, todo dia, toda semana.
Um ciclo estranho.

Lá fora a divergência, a cidade negra.
A fumaça cobrindo todos.
Gente sem dente, sem banho e muita maquiagem.

Lá fora, as pessoas correndo.
Correndo nos seus mundos ou fugindo deles.
Ninguém diz bom dia e somem na trilha sonora.

Motor e sirene dão seus urras,
é só mais uma segunda-feira.
É só o gosto de repetição.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Nem mais a minha imagem



Após horas de pensamentos,
ficou a TV sem sinal,
só ruído.

Dei conta que nem mais a minha imagem restou.
Dei conta que tanto se perdeu,
e deixei até o que me pertencia ir embora.

Ai eu chego mais perto,
nem a silhueta, nem uma sombra,
nem isso pra mim ficou.

Acabou a valsa,
e não contente deixei ir embora
a minha parcela.


Tiro tudo da tomada,
começo denovo.
De outro jeito e dessa vez vai ser com o espelho.

Não cabe nem uma nova filosofia,
nem mais banho de teorias,
esqueça de reencontrar o que se perdeu.

É só mesmo um recomeço.

domingo, 26 de outubro de 2008

Mais um Domingo...

Ah! Humor, bem que você podia não ser essa variável tão instável. Brusca. Põe e tira o riso com tamanha destreza.

Ainda bem que tem os domingos de dias ensolarados, ainda que tem as pessoas que guardam nossos passos com carinho. Se teve o domingo acuado no quarto, mergulhado no passado, tem o domingo em que vem gente, assim, que sabe cada traço meu e timbre de voz solto ou controlado.

Vem sorridente e dá logo o abraço, bota uma música e abre a janela. Vem cheia de histórias e de idéias, melhor mesmo ir pra longe.

E sabe, enche de forças olhar pro lado e não se ver tão só. Parece evidente essas meias frases, frases feitas e conhecidas. Tudo tão sabido e some as palavras pra dizer um "muito obrigado", seja por ter vindo ou seja por ser quem você é. Frases vem e vão e deixam na cabeça mais incomodo que papo de bar, desses filosóficos/existenciais, inteligentes mesmo são essas nossas conversas, que ligam lâmpadas na cachola. E mexem mesmo com fúria e deixa o pensamento ligado.

Eu digo "a" pensando em "b" e não é que ela explica que eu tô mesmo querendo "b".

Não é que ela me tira da inércia vulgar que eu entrei, me deixa ligado e faz reconhecer que eu tenho que ficar na linha - entendam, voltar a ter no peito os meus valores que ficaram nesse ritmo medíocre.

Hoje ela me deixou longe do café e de outros vícios, vimos o jardim, fomos no parque e reencontrei a parcela que me identifica, que me calibra e diz quem eu sou.

Aqui jaz de uma vez por todas a repetição dos dias!

Agradeço a todos que estiveram firme comigo. Obrigado!

E não é que ela estava certa. Com as conversas, metáforas e risos. Ela está certa.

domingo, 19 de outubro de 2008

Horário de verão

Pois é, parece que venho aceitando a magnitude e complexidade que é o tempo, saber rir entre suas aparições que é sabedoria.

Sei que nesse domingo eu pensei em colo, coisa típica de domingo. Pensei em sofá e esse dia nublado de cinza concentrado me deixou assim, querendo colo.

Querendo dedos que desafiem os fios do meu cabelo, mãos que brinquem com minha orelha e uma boca, pra rir das minha piadas ou conjecturas de realidades paralelas.

Rir do domingo sem graça e inventar qualquer absurdo pra não sair de casa e ficar cultivando essa coisa gostosa da gente. Ficar sem a TV e seus anúncios, ficar com um estoque de tranqueiras pra se comer e se enroscar mesmo que nem esteja tão frio, mas se enroscar pra nossa pele ficar em contato o máximo que der.

Eu quero dedos que desafiem os fios do meu cabelo.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

As tuas verdades são variáveis, reconheça.

E eu aqui, mais uma vez escrevendo bobagens.
Na vã tentativa de ser algo supremo, na vã tentativa de te cortar.
Que num passar de olhos repentino eu leve um pedaço de carne.

Tua carne.

Que ao dedicar média atenção nessas letras eu te consuma,
um segundo sequer, eu te possua.

E nos deixe assim banhados de sangue, do teu corte.
da nossa consumação.

Ao ver esse punhado de letras agrupadas eu te gele,
te leve as certezas e plante mil duvidas na sua cabeça.

E ao fim te deixe na poça de sangue,
com as mãos quentes e peito palpitante.

Ao fim, esqueça as suas verdades.
Perceba que existe mais rubro que imagina
e sinta esse gosto.

O gosto que me deu por tantas noites, Mocinha.

domingo, 28 de setembro de 2008

Frio, Mais que nunca companheiro.

Tem crianças correndo,
segurando seus cata-ventos
Os comitês estão lotados.
Um domingo bem cedo.

As bandeiras cintilam ao vento.
os altos-falantes ensurdecem,
os santinhos voam pelas ruas.

E eu, meio criança com cata-vento,
meio militante em comitê,
meio orgulho de bandeira.

E eu, meio alto falante sem voz,
santinho inútil.

Um sorriso na foto, santinho inútil!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Niilista sem bigode, sem sono, sem fome.

Quebrado.
Ao meio.
Sujo.
Malcuidado.

Todos na rua olham,
parece que para o tempo,
e seus olhos me perseguem.

Ficaria incomodado se isso fosse novidade.
Mas não, só é mais intenso.
Uns vão pra longe,
outros mudam de poltrona.

O clima em minha volta deve estar tenso,
negro.
Eu nem ligo. Se não estou correndo nas ruas
eu estou dormindo em ônibus.

Oh! Deus! Dormindo em ônibus
e ficando a uma da manhã escrevendo bobagens.

Se tornando um vício, terrível.

A bússola projetada na parede,
gira sem parar,
rodopia...

Cadê o norte?

Cadê a dama, o dinheiro?

Fica assim um ódio, mergulhado na fúria.
Frustração latente.

A carne some, meus ossos saltam.
Olhos sem descanço.

E respiro fundo.
Deixo de lado os pensamentos.

Fico assim, niilista sem bigode,
sem sono, sem fome.

Logo eu que sempre fui de acreditar, logo eu

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Slow motion

Lembrei da vez que escrevi uma daquelas redações "tema livre" na escola. Aliás deve ser a escola mais podre do mundo depois que eu ouvi de um professor que noventos reais não educa/forma um filho.

É. Escola não custava tudo isso. Acho que o governo gasta mais com um preso do que com uma criança na escola. Ah! nem sei, e não é disso que quero falar. Na verdade é só fugir do trabalho. E falar de uma vez que usava um cabelo tigelinha e tive noção que era capaz de escrever bobagens.

Foi um tanto engraçado olhar pra cara da professora. Na maior parte da minha vida escolar sempre fui um aluno mediano. Na média, saca? Talvez ela tenha ficado surpresa, pois é, ficou. Lembro perfeitamente da cara dela. Aquilo ficou gravado com perfeição. Diria que foi o primeiro sucesso da minha vida, ao menos que eu me lembre. Quem sabe ela teria seus 50 ou 60 anos, aguentando aquele monte de criança sem graça e sem jeito. Na maior parte do tempo ela carregava no rosto aquela boca meio "lua minguante", sempre pensava nas vias e na violência da vida que era capaz de deixar na escuridão um riso.

No dia era a tal redação, livre pra escrever. Ah! o processo criativo das crianças eram um tanto engraçado, precário, e confesso caia sempre na mesmice. Era gente que voava, que morria e voltava a vida e todas as bobagens normais de qualquer criança. Talvez até por isso nem se considere bobagem. Coisa de criança.

Mas naquele dia foi quase um triunfo do garotinho com seu cabelo "tigelinha". Ah! não. Foi um triunfo. Escrevi algo sobre uma praça, que deixou de ser praça pra ser um prédio de uma grande corporação. Sei que terminava tudo junto com uma arquitetura futurística e lembranças que deixaram de ser materiais. Lembranças que se esconderam no mundo das idéias. Claro que isso é um resumo desse cara que nem mais tem o cabelo tão "tigelinha" e confere alguns varios centímentros a mais na estatura.

Na próxima aula ela chamou um por vez na sua mesa, falar dos erros de português e tudo mais. Crianças tendem a ficar idiotas nesses momentos, ainda mais quando a professora não tem nenhum traço de hospitalidade.

Depois de ver várias folhas com rabiscos vermelhos, notas nada convidativas para mostrar para mãe, chegou a minha vez. Parece ter sido desligado daquele lugar. Foi estranho, antes de tudo olhei pra minha folha. Uma boa nota pra mostrar pra mãe e rabiscos vermelhos sim. Afinal não tinha largado ainda o tal costume de trocar em algumas palavras o "f" pelo "v".

Sentei na sua mesa e foi um instante singular. Uma ela tinha na face algo como uma leve descrença naquilo que tinha lido, talvez não esperasse aquilo de uma aluno daquela série. Vi também uma espécie de orgulho, como se ela teria contribuído para ter realizado aquilo. Tinha até certeza no seus olhos, e ela soltou um riso. Riso pra dizer que faz sentido. Faz sentido.

O melhor, ela soltou um riso.

No final ela soltou algo que tinha uma certa "maturidade" nada comum em crianças de "tigelinnhas" ou essas que berram verdades sem nem ao menos terem degustado da vida. Não que eu seja maduro, nem que eu um dia fui.

Mas eu lhe dei a surpresa. Um riso.

Mesmo com minha história triste. Isso que me deixou mais pensativo.

E o que cavou a minha mente e deixou bem claro em mim todas as suas expressões, deve ter sido o modo que eu trouxe essa vivacidade, que sempre esteve escondida.

E como depois ficou. Escondida.

Nunca mais vi seu riso. Só mesmo a boca "minguante".

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mudanças


O tempo vai indo, as rugas aos poucos vem brindando. A mão sempre denúncia. A pele se contorce.

Na verdade o tempo não vai, ele nos come. As vezes cospe e torna a comer.

Com esse gosto de relógio ensandecido eu acordei de manhã, me enchi de blusas e vi o sol estourar nas janelas e aquecer esse asfalto.

O mais estranho nem é estar sempre do lado das escolhas cretinas. É ver toda gente se ir. Todos irem.

Eu pensei Casa Blanca, eu pensei amor. Pensei em criança. E nas paredes que mudam de cor, como se tivessem lâmpadas.

Pensei nos momentos que dividi o tempo com todos, com as cores das paredes, com risos e com filmes. E nem o beijo "Casa Blanca" me restou.

No momento ficou uma cama, colchão sem lençol, armários vazios. A certeza do vazio devasta. Eu dou um tique na lista e penso "se foi". Com riso no rosto, assim meu peito respondeu. Respondeu aos risos da despedida. Feliz.

[...]

Nostalgia? Bobagem. Só é um gosto estranho.

Meus sinceros votos de sucesso, alegria. E de certo coloco as fichas e faço as minhas apostas e como sempre, e isso não é de propósito, minhas apostas divergem de todos.

Ah!

Tenho algumas coisas entre isso tudo, nesse caso uma janela gigantesca para eu encarar o Sol todos os dias. E isso também é bom.

Agora as paredes estão num amarelo latente.
E daqui a poucos minutos ou dias tudo já vai mudar.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sobre cafeína e métodos

O café doma meu estomâgo.
Avança na garganta, arrando, destroçando.
Cai com peso e molha as paredes desse estomâgo [vazio]

Fico com a cafeína.
Assim, sincera.

Nas suas vias e nos seus finais.

Eu já nem adoço, só sinto mesmo o gosto [cheio]

domingo, 10 de agosto de 2008

Dançarina




Até que enfim verso concreto.

*Só clicar na imagem para versão ampliada.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sangue frio

Eu volto pra esse canto,
de detestáveis, putas e desiludidos.
Agora é pra saborear algo bem longe de graça.

Peço umas garrafas de qualquer coisa,
uma jukebox já emplaca um hit Paraense.
Meus dedos longos e minha cara ossuda,
encarando os copos e desafiando a realidade.

A mesa de compensado não suporta meu peso,
o peso que trago comigo...
As pessoas deslizam nos pisos gordurosos
e eu vejo tudo em câmera lenta.

Sem glamour de jukebox,
sem beijo, sem tapa na cara
sem falar que odeia.
E o abraço que resiste na memória.

Nem sei o que me trouxe de volta,
É um filme que já vi...
um filme que eu não gosto.

Não deu tempo.
Que assim seja.
Eu peço a conta.

E vou andar sem destino certo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A luz azul do seu abajour ainda mora nas minhas memórias...

O bom desse blog que posso encher de bobagens e ainda não ser tão errado. Posso mentir ou dizer verdades que nunca contaria a ninguém. Deixar um silêncio lá dentro ou explodir e deixar todas as vísceras a mostra.

E sim, ainda mora tão viva na minha mente a imagem das luas e estrelas girando no teto daquele quarto. Sua cabeça encostada no meu peito, seu descanso tranquilo. Sentia seu peito abocanhar um pouco de ar e soltar um fio de aroma quente.

Nem parecia que o dia tinha sido tão turbulento, que paz. Que paz!

Seu calor me deixava vivo e me sentia o maior dos homens, a Lua não parava de girar. A Lua contemplou esse Rei de uma noite. Ela ali, girando com suas pequeninas estrelas.

No quarto que guarda lembranças, muitas lembraças. Um quarto que pelas suas paredes e espaços esconde um mundo gigantesco, senhores eu disse "Gigantesco", e veja que só vi ali um Amor, Luas e estrelas. Nesse quarto se esconde uma vida, uma menina. Se esconde lá a minha mulher, que não sei quem roubou dos meus sonhos e pôs na minha vida. Tão carne, tão linda, tão fiel as minhas vislumbrações. Queria saber quem escutou meus pensamentos e te fez.

Queria sentar numa mesa de Bar e conversar com o tal Destino que me deu e num salto te recolheu. Eu pago o vinho e dessa vez será o melhor da casa.

Ah! Destino, ainda faz visitas naquele quarto que eu bem sei, ainda vê as memórias que estão cunhadas nas paredes, os sorrisos e as anotações penduras e transbordando nas gavetas. Sei que ali se derrete e nem aquela cama de outras mil histórias te consola. Eu sei, afinal eu sinto.

Sei que até as lajotas daquele piso ficou carne, nossa carne, nossa mancha. Ficou, ficou. Até o piso era consolo, gelava nossos pés e dizia:

- Agora está tudo bem, vem mais perto, mê dá um abraço, agora está tudo bem.

As coisas tem um significado mostruoso, que nós damos. Eu, você e quem mais quiser. Colocamos carinho em luzes que giram num teto de quarto, em lençóis que gostam de sacanagem e travesseiros que tranquilizam só pela certeza que dão, que aqui estamos em segurança. Humano, típico de humano.

Foi assim que me senti, humano. Nesse quarto, onde pus um pouco de coração, um pouco de sangue. E me senti vitorioso, lá venci uma batalha com um dos meus dêmonios...

Não tenho mais a Lua, a luz azul que gira-gira.... Nem ela no meu peito, não vejo mais seu descanso.

E os dêmonios estão aqui, loucos, doidos... Que podem levar tanta coisa, menos essa pequena imagem que divido com os senhores...

A luz azul do seu abajour ainda mora nas minhas memórias ...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Meditação

Vilma, Vilma é o nome dela. A moça que faz a limpeza do escritório. Moça. Aparenta seus 35 anos. Já conversamos outras vezes, tem uma filha que estuda numa escola pública. Essas deprimentes de São Paulo. Vilma mora longe desse canto da cidade, mora longe das vias asfaltadas e não podia ser diferente se amontoa nesses vagões num ritmo acelerado pra garantir o seu. O seu. Hã!

Entre as minhas xícaras e suas vassouras ela parou. Se juntou a esse renegado. Nem precisou ler os movimentos de Vilma, ela mesma confessou. Anda mais rápido que o relógio, acorda num salto. Engole um café da manhã e sai pra se juntar aos outros mil apressados. Vive a correr e não dá tempo de sentir os sabores. Nem dá pra notar as cores. Não tem a paz pra parar um momento e saborear um novo sabor ou apreciar os conhecidos. Disse que assistiu ontem um filme, um filme de terror e não via a hora de ver sangue. De vários morrerem. Maluquice, não?

Trágico mesmo é não sentir o gosto!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A metafísica das cores ...


Queimei meu mundo e minhas verdades
Pra ver seu riso.
Ao queimar se fez intenso.

Um brilho imenso.
Uma explosão de cores.

Um espetáculo todo seu.
E você sorriu.

Me fez Rei, me fez único.
E todos os dias me pus a colorir as estrelas.

E deixei no peito um lugar só seu.

E em cada cor deixei um significado.
Um enigma maluco.
Um segredo.

E agora? Será que alguém vai descobrir?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Onze.


Quem sabe novos sonhos?
Ou então outras cores?

Já sei do recado.
E abandonei aqueles dourados.
Talvez por desprezo.
Ou não darem a atenção que eu quissesse.

Se foi.

Assim tão fácil.
Sem nem você ver. Logo você.

Se perdeu na palavra errada,
no contexto errado.

Se foi numa atitude infeliz.
Em outros laços.

Se foi possível queimar a vista.
Não pude conter o esvaecer dos meus loucos sonhos [ dourados ]

Ironia e sadismo. Só eles restaram. E isso não é bom.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sonhos lúcidos em 30 dias

Hoje eu li um poema.
Desses bons poetas.
Não é famoso e nem viu suas idéias
expostas num belo encardenado.

É um jovem anônimo
um qualquer.
mas sabe lidar com as palavras.

Divaga sobre as donzelas com suavidade e beleza
que estas puras merecem.
Relata sobre as vozes, a noite e seus pudores.
Todos seus males insolúveis.

Logo lembrei dos meus pobres versos.
Sem rimas e métodos.
Nada de palavras rebuscadas.
Ausência de afago.

As vezes é feio pra caralho.
Mas se tem um verdadeiro relato.
Leva a sujeira nas linhas e nas unhas.
é sincero e eviscero,
como minha alma o quer.

Posso até soar repetido
Mas eu como sempre, nem ligo.
Tenho um copo de vinho
e mil pecados.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tarde da noite



é tarde... Hora de dormir.

Você já viu pombo dormir?

terça-feira, 17 de junho de 2008

São coisas da "Modernidade"




A prosa se faz sozinha, e uma palavra quase sempre vem carrega de outra. Outro significado temporal, que pertence a nossa geração. Apesar de algumas ainda estarem nos assolando. É complexo eu sei. E isso torna tudo delicioso.

sábado, 14 de junho de 2008

id = inicio


Pois é, estava vendo uns papéis, rascunhos, mexendo numas coisas e lembrei de um mundo de coisa. Lembrei de amigos, mestres, mulheres, noites e das coisas que quero fazer mais vai ficando pra depois. O relógio passa cada vez mais depressa e estamos entrando num modelo que todas as funções tem que caber num dia.

Assim as coisas ficam, outras são atropeladas, outras vão. Eu começo esse canto sem pretensão alguma. Sem vínculos artísticos ou literários, sem compromissos. Só pra testar. Me testar. Só pra ousar. Fazer dessa mais uma piada. De certo que as piadas estão cada vez mais ousadas e venho aceitando que cada bobagem rabiscada leva um tanto de mim que já vai meu nome. Se foi algumas brechas sobre individualidade e talvez não caiba dizer sobre outros temas...

Esse é só um passo, um experimento. Manipular as idéias que já vinham a tempo borbulhando. Mais espaço pros sonhos, sonhos de um viciado...


"Eu vou fazer"

Fazer tudo pra entrar
no cano, no beco
nos braços
nas pernas,
nos laços.

Entrar na pele.
na unha.
na boca

e te comer.
com garfo e faca.