segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mudanças


O tempo vai indo, as rugas aos poucos vem brindando. A mão sempre denúncia. A pele se contorce.

Na verdade o tempo não vai, ele nos come. As vezes cospe e torna a comer.

Com esse gosto de relógio ensandecido eu acordei de manhã, me enchi de blusas e vi o sol estourar nas janelas e aquecer esse asfalto.

O mais estranho nem é estar sempre do lado das escolhas cretinas. É ver toda gente se ir. Todos irem.

Eu pensei Casa Blanca, eu pensei amor. Pensei em criança. E nas paredes que mudam de cor, como se tivessem lâmpadas.

Pensei nos momentos que dividi o tempo com todos, com as cores das paredes, com risos e com filmes. E nem o beijo "Casa Blanca" me restou.

No momento ficou uma cama, colchão sem lençol, armários vazios. A certeza do vazio devasta. Eu dou um tique na lista e penso "se foi". Com riso no rosto, assim meu peito respondeu. Respondeu aos risos da despedida. Feliz.

[...]

Nostalgia? Bobagem. Só é um gosto estranho.

Meus sinceros votos de sucesso, alegria. E de certo coloco as fichas e faço as minhas apostas e como sempre, e isso não é de propósito, minhas apostas divergem de todos.

Ah!

Tenho algumas coisas entre isso tudo, nesse caso uma janela gigantesca para eu encarar o Sol todos os dias. E isso também é bom.

Agora as paredes estão num amarelo latente.
E daqui a poucos minutos ou dias tudo já vai mudar.

Nenhum comentário: